Doação de medula óssea

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“Bem aventurado é aquele que atende ao pobre; O Senhor o livra no dia do mal.”

(Salmos 41:1)

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O que é medula óssea?

É um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, inclusive nos defende das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

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  • O Transplante de Medula Óssea
  • Como se tornar um doador de medula óssea?
  • Orientações para doadores de medula óssea
  • O que é leucemia?
  • Diagnóstico Tratamento
  • Principais procedimentos médicos no tratamento da leucemia

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Saiba o que é o CEMO – Centro de Transplante de Medula Óssea

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O CEMO conta com os seguintes setores:

O Transplante de Medula Óssea

O Transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue.

Pessoas com boa saúde, entre 18 e 55 anos, podem ser doadores. O maior problema é a compatibilidade entre as medulas do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a uma em mil!

O Instituto Nacional de Câncer (www.inca.org.br) é o responsável pelo REDOME – Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea. O REDOME organiza os Bancos de Doadores de Medula Óssea, cadastrando pessoas dispostas a fazer a doação.

Como se tornar um doador de Medula Óssea

  1. Você precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde.
  2. Para obter maiores informações, você pode ligar para os seguintes números:
    DISQUE SAÚDE: 0800 611997 CEMO – Centro de Transplante de Medula Óssea: (21) 506 6215 REDOME – Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea, do INCA, no Rio de Janeiro: (21) 233 9716.
  3. Será retirada, através de sua veia, uma pequena quantidade de sangue (10ml).
  4. Seu sangue será tipado para HLA, que é um teste de laboratório para identificar sua genética.
  5. Seu tipo de HLA será colocado em nosso cadastro.
  6. Quando aparecer um paciente, sua compatibilidade será verificada.
  7. Se você for compatível com o paciente, outros exames de sangue serão necessários.
  8. Se a compatibilidade for confirmada, você será consultado para decidir quanto à doação.
  9. Seu atual estado de saúde será então avaliado.
  10. A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas.

Orientações para Doadores de Medula Óssea

  1. O que é medula óssea?
    A medula óssea, encontrada no interior dos ossos, produz os componentes do sangue, incluindo as células brancas, agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo.
  2. Quem necessita de transplante de medula óssea?
    Pacientes com produção anormal de células sangüíneas, geralmente causada por algum tipo de câncer no sangue, como, por exemplo, leucemias. Além de portadores de aplasia de medula ou pacientes cuja medula tenha sido destruída por irradiação, etc.
  3. Quais as chances de se encontrar um doador compatível?
    Estima-se que seja por volta de 35% entre doadores parentes e de 0,1% entre pessoas não aparentadas. A compatibilidade é medida pela semelhança de antígenos entre doador e receptor.
  4. O que acontece se não há um doador compatível entre os familiares do paciente?
    Procura-se um doador compatível num Banco de Medula Óssea. O Banco necessita de um número elevado de voluntários para aumentar a possibilidade de encontrar um doador compatível.
  5. Se um doador compatível é encontrado, o que acontece?
    O próximo passo é ter certeza de que ele quer fazer a doação.
  6. O que acontece com o doador antes da doação?
    Ele passa por um exame clínico para certificar seu bom estado de saúde. Não há nenhuma exigência quanto a mudanças de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
  7. Como a medula é removida?
    Os doadores passam por uma pequena cirurgia de aproximadamente 90 minutos.
    São feitas de 4 a 8 punções na região pélvica posterior para aspirar a medula.
  8. Qual a quantidade de medula óssea extraída?
    Menos de 10% . Dentro de poucas semanas a medula doada será recomposta pelo doador.
  9. Quais são os riscos para os doadores?
    Os riscos são praticamente inexistentes. Até hoje não há relato de nenhum acidente grave devido a este procedimento. Os doadores costumam relatar um pouco de dor no local da punção.
  10. Como os pacientes recebem a medula óssea?
    Depois de um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a nova medula por meio de transfusão. Em duas semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.

REDOME – Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea

Rua Sacadura Cabral, 178, Anexo 4, 4º andar – Saúde – Rio de Janeiro / RJ

Tel.: (021) 291-3131 ramais: 3301 / 3579

Tel/Fax.: (021) 233-9716

e-mail: redome@inca.org.br

Leucemia Aguda

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blasticas) anormais na medula óssea que substituem as células sanguineas normais. A medula é o local de formação das células sanguíneas, ocupa a cavidade dos ossos (principalmente esterno e bacia) e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os elementos figurados do sangue:
glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas. Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo com isso que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.

O tipo de leucemia mais freqüente na criança é a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica). A leucemia mielóide aguda é mais freqüente no adulto. Esta última tem vários subtipos: mieloblástica (menos e mais diferenciada), promielocítica, mielomonocítica, monocítica, eritrocítica e megacariocítica.

Diagnóstico

As manifestações clínicas da leucemia aguda são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas (blásticas) da medula óssea, que infiltram os tecidos do organismo, tais como: amígdalas, linfonodos (ínguas), pele, baço, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros. A fadiga, palpitação e anemia aparecem pela redução da produção dos eritrócitos pela medula óssea. Infecções que podem levar ao óbito são causadas pela redução dos leucócitos normais (responsáveis pela defesa do organismo). Verifica-se tendência a sangramentos pela diminuição na produção de plaquetas (trombocitopenia). Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e nas articulações. Elas são causadas pela infiltração das células leucêmicas nos ossos. Dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação são causados pelo comprometimento do SNC.

A suspeita do diagnóstico é reforçada pelo exame físico. O paciente pode apresentar palidez, febre, aumento do baço (esplenomegalia) e sinais de correntes da trombocitopenia, tais como epistaxe (sangramento nasal), hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais, petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses (manchas roxas na pele). Na análise laboratorial, o hemograma estará alterado, porém, o diagnóstico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma).

Tratamento

Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combateda doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos é indicado o transplante de medula óssea. O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica)
não demonstram mais anormalidades.

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide),p odendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento.

Principais Procedimentos Médicos no Tratamento da Leucemia

  1. Mielograma:
    É um exame de grande importância para o diagnóstico (análise das células) e para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se, morfologicamente, essas células leucêmicas foram erradicadas da medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas.

2 – Punção lombar:
A medula espinhal é parte do sistema nervoso que tem a forma de cordão e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro denominado líquor. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame citológico e também para injeção de quimioterapia com a finalidade de impedir o aparecimento (profilaxia) de células leucêmicas no SNC ou para destruí-las quando existir doença (meningite leucêmica) nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, é indicado em crianças que não cooperam com o exame.

3 – Cateter Venoso Central:
Como o tratamento da leucemia aguda pode alcançar até três anos de duração, e requer repetidas transfusões e internações, recomenda-se a implantação de um cateter de longa permanência em uma veia profunda, para facilitar a aplicação de medicamentos e derivados sanguíneos além das freqüentes coletas de sangue para exames, evitando com isso punções venosas repetidas e dolorosas.

4 – Transfusões Durante o tratamento, principalmente na fase inicial, os pacientes recebem, quase diariamente, transfusões de hemáceas e de plaquetas, enquanto a medula óssea não recuperar a hemopoese (produção e maturação das células do sangue) normal.

Dra. Jane Dobbin Chefe do Serviço de Hematologia Hospital do Câncer I / INCA

Saiba o que é o CEMO – Centro de Transplante de Medula Óssea

O Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) foi criado em 1983 e hoje destaca-se como o segundo maior do Brasil no tratamento de doenças no sangue como a anemia aplástica e a leucemia. O CEMO realiza transplantes de medula óssea alogenéicos e autólogos e atende a pacientes do Rio de Janeiro e demais regiões do Brasil no âmbito do SUS. Por determinação do Ministério da Saúde cabe ao CEMO sediar o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea – REDOME e o Banco de Células de Cordão Umbilical e centralizar as consultas aos bancos internacionais de doadores de medula óssea.

O CEMO conta com os seguintes setores:

· a unidade clínica, que dispõe de 12 leitos instalados em ambiente alimentado por um sistema de filtragem especial do ar para a redução das partículas ambientais, visando minimizar o risco de infecções;

· a unidade ambulatorial, que recebe os novos pacientes e é também responsável pelo acompanhamento dos pacientes transplantados;

· a unidade laboratorial, que dá suporte aos transplantes, executando exames essenciais para a realização dos transplantes e acompanhamento dos pacientes e também é referência para pesquisas;

· a Divisão de Imunogenética, que inclui o laboratório onde se realizam as tipagens de doadores para transplante;

· Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que em 1999 dispunha de 10.000 doadores cadastrados;

· Banco de Células de Sangue de Cordão Umbilical (BSCUP), criado em 1999.

Para informações complementares sobre o CEMO, consulte: